“Ainda Estou Aqui” impulsiona reflexão sobre o passado do Brasil, diz The Economist

O filme concorre a três categorias no Oscar deste domingo (2): melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz para Fernanda Torres.


A revista britânica The Economist afirmou, em reportagem publicada na última quinta-feira (20), que o sucesso do filme “Ainda Estou Aqui” vem impulsionando um novo “acerto de contas” do Brasil com “seu passado violento”.

“O sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’ está levando os brasileiros a repensar sua clemência”, escreveu a publicação.

Uma pesquisadora de uma universidade argentina ouvida pela revista afirmou que a ditadura militar brasileira foi “menos selvagem” do que os regimes da Argentina e do Chile, “embora pelo menos 434 pessoas tenham sido mortas e milhares torturadas”.

“Durante anos, a sociedade civil [brasileira] aceitou a anistia”, acrescenta a reportagem, referindo-se à lei que perdoou crimes cometidos no período da ditadura militar.

A revisão da Lei da Anistia, vigente desde o regime militar (1964-1985), está em análise no STF, que avalia três processos distintos. A tendência é que os casos sejam julgados conjuntamente, mas ainda não há data definida.

O movimento em torno do tema cresceu com a repercussão de “Ainda Estou Aqui”, que narra o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura, e também pela oposição do Supremo ao perdão de condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.

O longa de Walter Salles atingiu 97% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. No mesmo agregador, a avaliação do público chegou a 98%, consolidando sua aclamação desde a estreia no Festival de Veneza, no ano passado.

Concorrendo a três categorias no Oscar deste ano, a cerimônia marcada para este domingo (2) pode premiar o filme com as estatuetas de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, pelo papel de Fernanda Torres.