Startup americana lança missão privada rumo à Lua em foguete da SpaceX

O lançamento histórico visa a garantir a liderança americana na corrida espacial contra outras potências, como a China e a Índia.


Partiu nesta quarta-feira (26) a missão IM-2, segunda tentativa robótica privada da americana Intuitive Machines de pousar na Lua. Lançada por um foguete Falcon 9, da SpaceX, a missão busca provar que o sucesso anterior da startup de Houston não foi mero golpe de sorte.

Nos próximos dias, a estratégia da NASA de financiar empresas privadas para o transporte de cargas lunares também será testada. Até agora, três missões comerciais foram lançadas. A primeira, da Astrobotic, falhou devido a um vazamento de combustível em janeiro de 2024. A segunda, da própria Intuitive Machines, levou o módulo Odysseus à Lua em 22 de fevereiro. A terceira, da Firefly Aerospace, entrou em órbita lunar em janeiro deste ano e tentará pousar no domingo (2).

A IM-2 é a quarta tentativa americana de alunissagem privada. O módulo Athena, apelidado de “Addie”, partiu do Centro Espacial Kennedy às 21h17 (de Brasília) e já segue rumo à Lua. A previsão é que entre em órbita e tente pousar na quinta-feira da próxima semana (6).

O desempenho do programa comercial da NASA está em jogo. Atualmente, a taxa de sucesso das missões é de 50%. Se o Athena pousar com êxito, esse índice sobe para 75%, superando a média histórica das missões lunares. No entanto, se falhar, cairá para 25%.

A experiência com o Odysseus mostrou desafios. Apesar de completar seis dias de operação na Lua, o módulo tombou ao pousar devido à quebra de um dos pés do trem de pouso. O Athena recebeu ajustes técnicos para evitar problemas semelhantes. “Aprendemos muitas lições na IM-1”, disse Justin Kugler, diretor da empresa.

O módulo de pouso Odysseus a caminho da superfície lunar, onde tombou após o pouso, em fevereiro de 2024.

A NASA pagou US$ 62 milhões para que a Intuitive Machines leve duas cargas científicas ao polo sul lunar, na montanha Mons Mouton. A escolha não é apenas científica. “Os chineses querem explorar a Lua para garantir acesso a materiais estratégicos”, afirmou Kugler. Ele teme restrições futuras e defende missões frequentes para garantir presença americana na região.