Padilha deve substituir Nísia Trindade na Saúde, decide Lula

Lula já havia sinalizado essa mudança em conversas com políticos e interlocutores da área da Saúde desde a semana passada.


O presidente Lula (PT) confirmou a aliados a intenção de nomear Alexandre Padilha, atual titular da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade.

Lula já havia sinalizado essa mudança em conversas com políticos e interlocutores da área da Saúde desde a semana passada. Apesar de uma preferência pessoal pelo ex-ministro Arthur Chioro, o presidente avaliou que o novo titular deve ter um perfil mais político, característica atribuída a Padilha.

Um fator a favor de Chioro é sua bem avaliada gestão na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Mantê-lo nesse posto seria uma decisão segura para o governo, o que reforçou a opção por Padilha para a Saúde.

Em conversas no fim de semana, Lula reafirmou sua escolha. Para assumir o ministério, Padilha indicou que está disposto a permanecer no governo até o fim de 2026, abrindo mão de concorrer à Câmara dos Deputados.

Apesar dessas articulações, aliados do presidente mantêm cautela quanto à confirmação da reforma ministerial. Não seria a primeira vez que Lula reconsidera mudanças em sua equipe.

Na terça-feira (25), Lula deve se reunir com Nísia para comunicar a decisão, iniciando a reforma ministerial pela “cozinha” do governo. Uma segunda etapa está prevista para depois do Carnaval.

Com a transferência de Padilha, Lula deverá definir o novo titular da SRI. Entre os cotados estão José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).

Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, foi sondado para a função, mas teria recusado sob a justificativa de que as tensões políticas mais críticas estão na Câmara. O centrão defende Isnaldo Bulhões (MDB-AL) para o cargo.

Lula também considera a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a função, como forma de testar sua capacidade de articulação. No entanto, tem sido desaconselhado devido à resistência que ela enfrenta entre parlamentares da oposição.

No sábado (22), no Rio, Lula elogiou Gleisi e ressaltou sua articulação política. Ela deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência.