Donald Trump mudou de posição na sexta-feira (21) e afirmou que a Rússia de fato invadiu a Ucrânia, revelando que Kiev firmaria em breve um acordo de minerais com os EUA para buscar o fim da guerra. Na terça-feira (18), Trump havia dito que a Ucrânia “nunca deveria ter começado” a guerra, gerando críticas internacionais. Em entrevista à Fox News, na sexta-feira, ele reconheceu a invasão russa e declarou: “A Rússia atacou, mas não deveria ter deixado que ele atacasse.” Trump ainda sugeriu que tanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky quanto o então presidente dos EUA Joe Biden poderiam ter evitado o conflito.
Trump afirmou que um acordo de minerais seria firmado logo: “Estamos assinando um acordo, espero que em um curto espaço de tempo.” Zelensky confirmou que as equipes ucraniana e americana estavam trabalhando em um rascunho. “Espero por um resultado justo”, disse ele.
Na quarta-feira (19), Trump criticou Zelensky como um “ditador” e o alertou para garantir a paz com a Rússia rapidamente, ou perderia o país. Essa mudança na postura dos EUA, maior aliado da Ucrânia, causou preocupação entre autoridades europeias, que temem que Kiev seja pressionado a ceder em um acordo favorável a Putin. Zelensky rebateu Trump, afirmando que ele estava preso em uma “bolha de desinformação do Kremlin” e disse esperar pelo pragmatismo americano.
Zelensky também rejeitou na quarta-feira as exigências dos EUA por US$ 500 bilhões em riquezas minerais ucranianas. Segundo ele, os EUA ainda não forneceram essa quantia, nem garantias de segurança. A Ucrânia possui minerais valiosos, como urânio, lítio e cobalto, que os EUA desejam para tecnologia e baterias. Trump, em evento na Casa Branca, elogiou Putin, dizendo que teve boas conversas com ele, mas criticou a Ucrânia: “Eles não têm cartas, mas estão jogando duro.”
Por fim, os EUA propuseram uma resolução da ONU para marcar o terceiro aniversário da invasão russa. O rascunho lamenta as perdas de vidas e pede um fim rápido do conflito. Zelensky e aliados europeus preferem um texto que promova a redução das tensões e uma resolução pacífica.