Uma alta autoridade dos EUA afirmou na quinta-feira (13) que os Estados Unidos não descartaram a adesão da Ucrânia à OTAN ou um retorno negociado às suas fronteiras pré-2014, contrariando comentários feitos pelo secretário de Defesa dos EUA nesta semana.
“Agora mesmo, isso ainda está na mesa”, disse John Coale, enviado adjunto do presidente Donald Trump à Ucrânia, quando questionado sobre a possível filiação da Ucrânia à OTAN. Em entrevista à agência Reuters, em Munique, na Alemanha, Coale também afirmou que o retorno às fronteiras pré-2014 da Ucrânia ainda está em discussão.
Na quarta-feira (12), o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, havia afirmado aos aliados militares da Ucrânia em Bruxelas que um retorno às fronteiras pré-2014 era irrealista e que os EUA não viam a adesão da Ucrânia à OTAN como parte da solução para o conflito. Seus comentários geraram preocupações de que os EUA estivessem fazendo concessões a Vladimir Putin antes das negociações.
Após as declarações de Coale, Trump comentou na Casa Branca que não acreditava que a Rússia “permitiria” a adesão da Ucrânia à OTAN, culpando o governo Biden pela questão. “Acredito que essa é a razão pela qual a guerra começou. Biden não deveria ter dito isso”, disse Trump.
Mais tarde, Hegseth parecia recuar, dizendo que “tudo está sobre a mesa” nas negociações de paz e que cabe a Trump decidir quais concessões serão feitas.
Coale, em Munique para a Conferência de Segurança, afirmou que as negociações formais ainda não haviam começado e que os EUA continuavam discutindo com europeus e ucranianos sobre a melhor forma de encerrar o conflito.
“Os europeus querem que essa guerra pare”, disse Coale, destacando o apoio militar de Kiev, mas mencionando dúvidas quanto ao comprometimento total dos aliados.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, alertou os ocidentais para não confiarem em Putin, lembrando a invasão russa de 2022.