O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou à Fox News no sábado (8) que tropas israelenses, não americanas, conduzirão a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de retirar palestinos de Gaza.
“Sabe o que eu digo? Nós faremos o trabalho.” Netanyahu chamou a ideia de Trump de “a primeira nova em anos” e disse que pode “mudar tudo em Gaza”. Segundo ele, a proposta permitiria que palestinos saíssem “temporariamente enquanto reconstruímos o lugar fisicamente”.

O premiê afirmou que o retorno dependeria da “rejeição ao terrorismo”. Se implementada, a medida significaria a remoção forçada de palestinos da terra onde vivem há gerações.
Israel ocupou Gaza em 1967 e manteve presença militar até 2005. Desde então, enfrentou conflitos com grupos armados no território. A guerra mais recente, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, foi a mais devastadora.
Para os palestinos, a proposta remete à Nakba, a “catástrofe” de 1948, quando centenas de milhares foram expulsos de suas casas na criação de Israel.
No domingo (9), o Hamas anunciou que tropas israelenses deixaram o corredor Netzarim, de 6,4 km, que dividia Gaza em norte e sul. A saída das forças faz parte do cessar-fogo iniciado em 19 de janeiro.
“As forças desmontaram posições e tanques, permitindo trânsito livre”, disse um membro do Ministério do Interior de Gaza, controlado pelo grupo terrorista.
O norte de Gaza está em ruínas após os bombardeios. Muitos palestinos retornaram e encontraram apenas escombros. Alguns voltaram para o sul; outros ergueram tendas onde viviam.
Na quinta-feira (6), Israel ordenou ao Exército um plano de “saída voluntária” dos palestinos, celebrado pela direita israelense. “Dei instruções para preparar um plano que permita a saída de qualquer residente de Gaza para qualquer país que os aceite”, declarou Israel Katz, ministro da Defesa.
No mesmo dia, Netanyahu sugeriu um Estado palestino na Arábia Saudita. O Catar condenou a fala, e especialistas dizem que a remoção populacional dificulta o reconhecimento de Israel por Riad.
Trump também sugeriu que Egito e Jordânia acolhessem palestinos. Ambos rejeitaram a ideia, temendo instabilidade nas fronteiras e riscos à segurança saudita.