Um juiz dos EUA concedeu mais tempo para que funcionários federais avaliem uma oferta de indenização do governo Trump, adiando o prazo final desta quinta-feira (06) até pelo menos segunda-feira (10). A decisão, tomada pelo juiz distrital George O’Toole, em Boston, no estado de Massachusetts, representa uma vitória temporária para os sindicatos que tentam bloquear completamente a proposta.
O’Toole marcou uma nova audiência para segunda-feira, quando poderá prorrogar ainda mais o prazo. Enquanto isso, sindicatos pedem que os trabalhadores não deixem seus postos.
PLANO DO GOVERNO TRUMP
A administração Trump incentiva funcionários federais a aceitarem a indenização, que garante pagamento até outubro, como parte de um plano sem precedentes para reduzir drasticamente o serviço público nos EUA.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que mais de 50.000 funcionários já aceitaram a oferta. Isso representa cerca de 2,5% dos 2 milhões de servidores elegíveis. A meta do governo americano é atingir entre 5% e 10%.
No início desta quinta-feira, o governo alertou que aqueles que não aceitarem a proposta podem perder seus empregos. Os funcionários receberão um aviso informando que o prazo foi suspenso.
Antes da decisão do juiz, os servidores tinham até 23h59 (horário do leste dos EUA) desta quinta-feira para decidir se aceitariam a oferta, que permite sua saída com salário até o fim de setembro.
AÇÃO JUDICIAL DOS SINDICATOS
A decisão de suspender o prazo decorre de um processo aberto pela Federação Americana de Empregados do Governo e outros sindicatos no Tribunal Distrital de Massachusetts. Eles pedem uma liminar para barrar a oferta e exigem uma política que consideram legal e justa, e não um “ultimato arbitrário e ilegal”.
QUEM ESTÁ INCLUÍDO E EXCLUÍDO?
Certos trabalhadores federais não são elegíveis, incluindo militares, agentes de imigração, funcionários da segurança nacional e do National Transportation Safety Board (NTSB). No entanto, membros da CIA (a Agência de Inteligência dos EUA), podem aderir ao programa.
O pacote faz parte de uma série de iniciativas do governo Trump para reformular a força de trabalho federal, reduzindo seu tamanho, substituindo servidores de carreira por nomeados políticos e eliminando algumas proteções do serviço público.
Os sindicatos acusam a administração Trump de tentar esvaziar o serviço público e preenchê-lo com aliados políticos. Eles também alertam que a redução no quadro de funcionários pode prejudicar serviços essenciais para a população americana.