O Hamas rejeitou com veemência e classificou como “racista” a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre “assumir o controle” da Faixa de Gaza e transferir seus habitantes para outros países.
— “A posição racista americana está alinhada com a da extrema direita israelense e consiste em deslocar o nosso povo e erradicar a nossa causa”, afirmou um porta-voz do Hamas, Abdel Latif al Qanu.
O grupo, que governa Gaza desde 2007, chamou a proposta de “agressiva” e disse que ela “não servirá para a estabilidade na região e apenas jogará mais lenha na fogueira”.
Trump apresentou a ideia na terça-feira (4), durante uma coletiva em Washington ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recebido na Casa Branca.
Sem dar detalhes sobre como ocorreria o controle do território ou a transferência dos mais de dois milhões de habitantes, Trump afirmou que removerá bombas não detonadas e escombros para transformar Gaza em um lugar “incrível”.
“Os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza e também faremos um bom trabalho nela”, declarou Trump, afirmando ter o apoio do Oriente Médio, apesar da rejeição do Egito e da Jordânia.
O presidente americano sugeriu uma “propriedade a longo prazo” dos EUA sobre Gaza e prometeu transformá-la na “Riviera do Oriente Médio”.
Netanyahu afirmou que a proposta “poderia mudar a história” e que vale a pena “prestar atenção”.
O primeiro-ministro conta com aliados políticos que defendem a reinstalação de colônias judaicas em Gaza, de onde Israel se retirou unilateralmente em 2005, sob decisão de Ariel Sharon.
Após 15 meses de guerra, iniciada com o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, grande parte de Gaza está devastada.
O cessar-fogo, que entrou em vigor no mês passado, permitiu a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.