Lula descarta conversa com Trump por falta de interesse: “não há nenhum interesse agora, nem meu, nem dele”

Trump tomou posse no dia 20 de janeiro. O governo brasileiro reconheceu sua eleição, mas Lula não seguiu a tradição de telefonar ao novo presidente.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (30) que não tem previsão de conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Não há nenhum interesse agora, acho que nem meu, nem dele. Essas conversas só acontecem quando você tem interesse, quando tem alguma coisa para tratar. Eu mandei uma carta para o governo americano dando os parabéns pela vitória, e é isso”, declarou Lula.

Trump tomou posse no dia 20 de janeiro. O governo brasileiro reconheceu sua eleição, mas Lula não seguiu a tradição de telefonar ao novo presidente e indicou que não pretende fazê-lo.

“Se a gente não tiver oportunidade de se encontrar, porque ele não participa dos Brics… Se eu for convidado para o G7, a gente tem chance de se encontrar. Se não, a gente vai se encontrar na ONU – se ele não desistir da ONU também”, ironizou.

Lula criticou possíveis mudanças na política externa americana.

“Obviamente, eu acho que esse negócio de descumprir o Acordo de Paris, que não vai dar dinheiro à OMS, é uma regressão à civilização humana.”

O presidente também comentou a possibilidade de sobretaxação de produtos brasileiros pelos EUA.

“Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil em taxar os produtos que são importados dos EUA. […] Ele só tem que respeitar a soberania dos outros países.”

Lula busca uma relação pragmática com Trump, principalmente em temas ambientais.

Na terça-feira (28), reuniu ministros, membros da FAB e da Polícia Federal para discutir a deportação de brasileiros pelos EUA.

O encontro ocorreu após o desembarque, em Manaus, de 88 deportados, transportados algemados e acorrentados.

Diante disso, o Brasil pediu a retirada das algemas e enviou um avião da FAB para completar o transporte.