Fed mantém juros nos EUA e ignora pressão de Trump por corte

O Comitê observou que a economia dos EUA segue em expansão, com desemprego baixo e um mercado de trabalho sólido.


O Federal Reserve (Fed) manteve os juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (29), veio conforme esperado pelo mercado.

Em dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) havia reduzido os juros em 0,25 ponto percentual. Na época, indicou que faria uma pausa nos cortes, citando “perspectivas econômicas incertas”.

As taxas de juros nos EUA influenciam o Brasil. Quando estão elevadas, há maior pressão para que a Selic também se mantenha alta. O câmbio também sente os impactos.

O anúncio ocorre poucos dias após Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA. Apesar do curto tempo no cargo, o republicano já pressionou o Fed por um corte imediato.

No Fórum Econômico Mundial, em Davos, Trump declarou: “Com os preços do petróleo caindo, exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente e, da mesma forma, elas deveriam cair em todo o mundo”.

Questionado sobre a declaração do presidente americano, Jerome Powell preferiu não comentar. “Não cabe a mim. Mas todos devem seguir confiantes de que vamos continuar fazendo nosso trabalho”, afirmou.

O Fed retirou do comunicado o trecho que dizia que a inflação “progrediu” em direção à meta de 2%. Agora, enfatiza que o ritmo da alta dos preços “continua elevado”.

O Comitê observou que a economia dos EUA segue em expansão, com desemprego baixo e um mercado de trabalho sólido. “Os riscos para atingir as metas de emprego e inflação estão aproximadamente em equilíbrio”, informou.

Diante do cenário, o Fed declarou que continuará monitorando os indicadores econômicos e que está “preparado para ajustar a política monetária conforme apropriado” caso surjam riscos às suas metas.