Presidente da Polônia afirma que a Europa deve retomar os gastos com defesa da Guerra Fria

A Polônia, que destina cerca de 5% do PIB à defesa em 2024, é um dos países da OTAN que mais investem na área.


O presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que é “fundamental” que a Europa retome os níveis de gastos com defesa da era da Guerra Fria, enquanto a guerra na Ucrânia continua. Ele destacou que a situação de segurança no continente “mudou drasticamente” desde 2014, quando a OTAN introduziu as atuais regras de orçamento para defesa.

“Quase não há diferença entre o imperialismo soviético e a versão de Putin. É sobre expansionismo, ganhar território e dominar outros países”, disse Duda à emissora CNBC durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

A Polônia, que destina cerca de 5% do PIB à defesa em 2024, é um dos países da OTAN que mais investem na área. “Temos que modernizar nossas forças armadas, ser fortes e fornecer um real impedimento para conter a agressão russa”, ressaltou o presidente.

Duda pediu que outros membros da OTAN ampliem seus gastos com defesa. “Porcentagens por si só não assustam a Rússia, mas se o dinheiro for usado para expandir capacidades militares, a Rússia poderá ser derrotada.”

Ele sugeriu que, com orçamentos de pelo menos 3% do PIB, os países da aliança conseguiriam atingir um nível de modernização suficiente para inviabilizar ataques russos.

A Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, é um dos principais aliados de Kiev, oferecendo assistência militar e recebendo milhares de refugiados. Desde o início da guerra, Varsóvia forneceu cerca de 3,23 bilhões de euros em ajuda, incluindo tanques e veículos blindados.

Duda enfatizou que “a Rússia deve ser repelida”. Para ele, o apoio à Ucrânia é crucial para evitar que Moscou obtenha vitórias no conflito.

O Ministro das Finanças polonês, Andrzej Domański, também defendeu a parceria com os EUA. “Estamos comprando tanques, jatos de combate e outros equipamentos militares dos americanos”, afirmou. Ele destacou ainda a importância da união da União Europeia para fortalecer a competitividade do bloco.

A Polônia planeja colocar o tema da competitividade no centro das discussões durante sua presidência rotativa no Conselho da União Europeia.