Na segunda posse de Donald Trump, ocorrida na segunda-feira (20), como presidente dos Estados Unidos, Vladimir Putin, líder da Rússia, não economizou nos elogios, destacando a “coragem” de Trump durante a campanha e sua “vitória convincente” nas eleições. No entanto, poucas horas depois, no Salão Oval, Trump adotou um tom surpreendentemente crítico ao comentar sobre a guerra na Ucrânia, acusando Putin de “destruir a Rússia” e afirmando que a abordagem russa não era a maneira correta de governar um país.
Durante sua interação com os repórteres, Trump declarou que Putin “não está indo muito bem” e sugeriu que o líder russo não poderia estar satisfeito com o andamento da guerra. “A Rússia pode ter mais soldados, mas isso não é forma de liderar”, enfatizou. Este contraste abrupto evidenciou a natureza imprevisível de Trump, que já foi visto falando calorosamente sobre Putin em ocasiões passadas, como na cúpula de Helsinque em 2018.
Apesar das críticas, Trump insinuou a possibilidade de um diálogo com Putin em breve, mencionando que uma conversa direta poderia ocorrer “muito em breve”. Do lado russo, Yuri Ushakov, conselheiro de política externa de Putin, afirmou que a Rússia está aberta a negociações com a nova administração americana, esperando sinais claros de Washington para avançar com conversas.
A expectativa de um possível encontro entre os dois líderes permanece, com Trump sugerindo que uma conversa com Putin seria essencial para tentar encerrar o conflito na Ucrânia. Putin, por sua vez, também demonstrou interesse em restabelecer contatos diretos com os EUA, destacando a importância do diálogo para buscar uma solução.
Enquanto isso, Putin continua reforçando alianças estratégicas com outros países. Na semana passada, ele se reuniu com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, no Kremlin, onde ambos assinaram um tratado para aumentar a cooperação militar e econômica. Além disso, Putin manteve uma videochamada com Xi Jinping, líder da China, onde ambos prometeram trabalhar juntos para enfrentar as incertezas globais, destacando o papel central das Nações Unidas no sistema internacional.
A posição conjunta de Rússia e China contrasta com as decisões de Trump de retirar os EUA da Organização Mundial da Saúde e do Acordo de Paris, reforçando a visão de uma política externa mais isolacionista. Segundo Ushakov, Xi Jinping informou Putin sobre sua ligação com Trump na semana anterior, onde ambos expressaram disposição para construir relações mutuamente benéficas com os EUA, desde que haja reciprocidade.
No campo de batalha, as forças russas continuam a avançar no leste da Ucrânia, mas com um alto custo humano, com estimativas de mais de mil soldados mortos ou feridos diariamente, segundo autoridades ocidentais. Em comentários informais no Salão Oval, Trump sugeriu que as perdas russas poderiam ser usadas como alavanca em futuras negociações para encerrar o conflito, indicando que a guerra deveria terminar rapidamente.
Trump prometeu se encontrar com Putin logo após sua posse, e o líder russo já sinalizou estar pronto para essa reunião, que poderia marcar um importante ponto de inflexão nas relações entre os dois países, especialmente após anos de isolamento imposto por líderes ocidentais.
Putin, no entanto, se mantém firme em suas demandas, reiterando que busca uma “paz de longo prazo” em vez de um “breve cessar-fogo”. Ele insiste que a Ucrânia nunca deve se juntar à OTAN e que o Ocidente deve limitar sua influência na Europa Oriental. Além disso, Putin quer garantir que todo o território conquistado pela Rússia seja mantido sob controle russo.
Enquanto o mundo observa, o futuro das relações entre EUA e Rússia permanece incerto, com ambos os lados se preparando para negociações que podem definir o curso do conflito na Ucrânia e o equilíbrio geopolítico global.