A União Europeia busca diálogo e cooperação com o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, durante a reunião anual do Fórum Econômico Mundial nesta terça-feira (21), alertando para o risco de uma “corrida global para o fundo do poço” devido ao uso de tarifas.
Em seu discurso, Von der Leyen ressaltou o impacto da competição global intensificada nas últimas décadas. Trump, por sua vez, mencionou o desejo de reduzir o déficit comercial dos EUA com a UE, considerando tarifas ou aumento das exportações de energia. Entre suas primeiras ações, ordenou investigações sobre déficits comerciais e práticas desleais de outros países.
Sem mencionar Trump diretamente, Von der Leyen destacou o uso crescente de sanções e tarifas como ferramentas para proteger interesses nacionais. “Precisamos trabalhar juntos para evitar uma corrida global para o fundo do poço”, afirmou. “Não é do interesse de ninguém quebrar os laços da economia global. Devemos modernizar as regras para garantir benefícios mútuos.”
Von der Leyen, reeleita em julho, enfatizou a necessidade de a Europa ser mais competitiva e integrar melhor seus mercados de capitais. Anunciou que sua primeira viagem será à Índia, para fortalecer a parceria estratégica com o primeiro-ministro Narendra Modi. Ela também defendeu um engajamento construtivo com a China.
Autoridades da UE veem o retorno de Trump como um alerta para reforçar a competitividade econômica. Von der Leyen reafirmou seu apoio ao Acordo de Paris, após a nova retirada dos EUA, mas ressaltou os EUA como um dos parceiros mais próximos da UE. “Nenhuma outra economia está tão integrada quanto a nossa”, destacou, mencionando o comércio bilateral de 1,5 trilhão de euros, que representa 30% do comércio global.