Por anos, a ONG World Monuments Fund tem trabalhado para proteger locais de patrimônio cultural em perigo, como Machu Picchu, no Peru, e templos no Camboja. Mas, em 2025, a organização foi além e incluiu a Lua em sua lista de 25 locais ameaçados.
“A Lua parece tão distante do nosso alcance. Porém, com os humanos se aventurando mais no espaço, achamos que é a hora certa de nos organizarmos”, disse Bénédicte de Montlaur, presidente da organização. O crescente turismo espacial e a acumulação de detritos estão entre os fatores que motivaram a inclusão da Lua, que pode sofrer danos com a exploração espacial.
Outros locais na lista incluem a Faixa de Gaza, a cidade de Taiz no Iémen e a costa do Quênia. A organização alerta que mais de 90 locais na Lua estão em risco, incluindo o local de pouso do americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar no satélite. A proteção do patrimônio cultural lunar é um desafio, já que as decisões são feitas por países de forma individual.
Desde 2020, os EUA e outros 51 países assinaram o Acordo Artemis, que busca preservar o patrimônio espacial. No entanto, um acordo das Nações Unidas sobre a proteção de locais lunares não avançou. “A Lua não pertence a ninguém. É um símbolo de esperança e do futuro”, destacou De Montlaur.
O World Monuments Fund recebe indicações de especialistas para sua lista de locais em perigo. Gai Jorayev, presidente do grupo dedicado ao patrimônio aeroespacial, disse que a Lua precisa de um “gerenciamento sustentável” devido ao grande número de artefatos humanos em sua superfície.
Embora especialistas concordem que a Lua precisa de mais proteção, alguns questionam a urgência da situação. Michelle Hanlon, advogada, afirmou que a Lua não precisa ser protegida de imediato, mas alertou sobre os riscos de satélites inativos e naves turísticas.
No futuro, a organização espera que o turismo espacial cresça. “Não está tão longe o dia em que haverá visitas recreativas à Lua”, afirmou Jonathan Bell, vice-presidente de programas do World Monuments Fund.