A economia da China cresceu 5% em 2024, atingindo a meta estabelecida pelo governo de Xi Jinping, que promete alcançar números semelhantes em 2025. Contudo, o crescimento é considerado modesto, especialmente se comparado ao pico de 14,2% registrado em 2007. O desempenho ficou abaixo dos 5,2% de 2023, o que gerou certa preocupação em Pequim.
O Produto Interno Bruto (PIB) chinês em 2024 foi impulsionado pelo setor industrial, que avançou 5,8%, e pelo superávit comercial de US$ 1 trilhão — os principais motores da economia no início do século. No entanto, o consumo doméstico, com crescimento de apenas 3,5%, continua a ser um fator limitante, embora medidas do governo, como subsídios para a compra de bens duráveis e pacotes de apoio a governos locais, tenham evitado números ainda mais baixos.
No quarto trimestre de 2024, a economia mostrou mais dinamismo, com expansão de 5,4%. No entanto, não há indicações de que esse ritmo será mantido ao longo de 2025. O desafio continua sendo o consumo, com um cenário de baixo desemprego jovem, salários em queda e o impacto da crise imobiliária. Além disso, o rombo fiscal dos governos locais agrava a situação.
A volta de Donald Trump à Casa Branca, com a promessa de aplicar tarifas de 60% sobre bens chineses, acrescenta mais pressão à economia. Embora o cenário seja semelhante ao vivido durante seu primeiro mandato, a China agora enfrenta uma situação econômica muito mais frágil.
O PIB de 2024 revelou a necessidade urgente de medidas para estimular o consumo doméstico e enfrentar o déficit fiscal crescente. O ceticismo da população e a desacreditação do PIB por economistas locais reforçam a dificuldade de um crescimento sustentável.
Se a China continuar com um crescimento abaixo de 3% nos próximos anos, o impacto no restante do mundo será ainda mais preocupante.