A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, mais uma vez, gerou reações opostas entre as principais redes de notícias dos Estados Unidos. Na progressista emissora MSNBC, o clima era de perplexidade e indignação, encapsulado pela âncora Rachel Maddow, que expressou a frustração de muitos liberais: “Como isso está acontecendo?”. Joy Reid lamentou “a tomada dos Estados Unidos por uma mentalidade básica de ganância e corrupção”, enquanto Nicolle Wallace mencionou “toda a trapaça”. A presença de figuras como Kristi Noem e Tim Cook na seção VIP também causou espanto. “Por que pessoas com muito dinheiro estão no palco com indicados para o gabinete e familiares?”, questionou Maddow.
Em contraste, na conservadora Fox News, o tom era de celebração. Os apresentadores narraram a cerimônia com entusiasmo, comparando-a a um desfile festivo. Dana Perino destacou o veículo presidencial “The Beast”, enquanto Larry Kudlow descreveu a transferência de poder como um “momento espiritual”. Bill Hemmer elogiou a energia de Trump: “Donald Trump faz mais antes do meio-dia do que a maioria de nós faz em uma semana inteira”, afirmou.
A cobertura da Fox também refletiu a mudança no cenário da mídia americana desde 2017, com câmeras focadas em podcasters e influenciadores digitais presentes na cerimônia. Entre os convidados estavam Joe Rogan, Theo Von, Logan e Jake Paul, representando a “manosfera” que ajudou a impulsionar Trump entre os jovens. Jake Paul compartilhou momentos descontraídos da posse, incluindo uma interação com Conor McGregor.
Figuras da mídia tradicional também marcaram presença. Rupert Murdoch, presidente emérito da Fox Corporation, acompanhou Trump em um culto religioso antes da cerimônia, enquanto Jeff Bezos, do The Washington Post, teve um assento de destaque. Laura Ingraham, da Fox, foi vista tirando selfies ao lado do ex-czar da fronteira Tom Homan.
O discurso de posse de Trump, descrito como semelhante a um discurso do Estado da União, gerou reações variadas. Hillary Clinton e George W. Bush foram observados com expressões que suscitaram interpretações diversas. Joseph R. Biden Jr., antecessor de Trump, manteve-se impassível durante a maior parte do discurso, enquanto republicanos se levantavam para aplaudir. Dana Bash, da CNN, comentou o clima de constrangimento do ex-presidente Biden: “Você quase conseguia sentir um pouco de constrangimento ali”, disse Bash.
Na análise final, Brit Hume, da Fox, destacou as promessas ambiciosas de Trump, incluindo a de inaugurar “os quatro maiores anos da história americana”. “Certamente esperamos que isso seja verdade”, concluiu Hume, reconhecendo a magnitude das promessas.