Um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor na Faixa de Gaza neste domingo (19), visando cessar operações militares israelenses que resultaram na morte de milhares de palestinos e devastaram o enclave. O pacto inclui a libertação gradual de reféns mantidos pelo grupo terrorista Hamas há 15 meses.
Moradores de Gaza aproveitaram a trégua para verificar suas casas, com multidões se movendo pelo sul de Gaza, especialmente em Rafah. Uma família, em uma carroça puxada por burro, foi flagrada pela emissora americana NBC News, com um jovem sorridente exclamando: “Para Rafah, para Rafah, dentro, em Gaza.”
Três reféns devem ser libertadas após as 16h, horário local: Doron Steinbrecher, 31 anos, uma enfermeira veterinária; Romi Gonen, de 24, sequestrada de um festival; e Emily Damari, de 28, cidadã britânico-israelense. Mais quatro reféns devem ser libertados nos próximos sete dias, informou o Coordenador de Reféns de Israel.
Israel libertará 90 prisioneiros palestinos como parte do acordo. O cessar-fogo, inicialmente marcado para 8h30, foi adiado para após as 11h15, período no qual a Defesa Civil de Gaza relatou 19 mortos e 36 feridos.
Na primeira fase, 33 reféns serão trocados por 1.904 prisioneiros palestinos. Dois americanos, Sagui Dekel-Chen e Keith Siegel, estão entre os primeiros a serem libertados, seguidos por Edan Alexander na segunda fase. Para cada refém libertado, 30 prisioneiros palestinos serão soltos — 50 se o refém for um soldado.
A guerra começou após ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram 1.200 mortos e 251 reféns. Espera-se a libertação de cerca de 740 prisioneiros e 1.167 detidos palestinos em troca de reféns, incluindo crianças.
Se bem-sucedido, o cessar-fogo trará alívio às famílias dos reféns e palestinos detidos. A segunda fase das negociações começará no 16º dia da primeira fase. O presidente americano Joe Biden afirmou que busca um “fim permanente para a guerra.”