A Ucrânia lançou nesta terça-feira (14) o maior ataque a alvos militares em território russo desde o início da guerra, com mais de 200 mísseis e drones, segundo o governo ucraniano. Diversas cidades russas, incluindo Engels, Saratov, Kazan, Bryansk e Tula, foram atingidas. Andriy Kovalenko, chefe do ‘Centro Oficial da Ucrânia Contra a Desinformação’, afirmou que o ataque mirou fábricas de armas, refinarias de petróleo e armazéns, atingindo instalações de 200 km a 1.100 km dentro da Rússia.
Um canal russo no Telegram informou que mais de 200 drones ucranianos foram derrubados. O Ministério da Defesa russo confirmou a interceptação de 180 drones, seis mísseis balísticos americanos ATACMS e oito mísseis britânicos Storm Shadow nas últimas 24 horas.
“Os ataques direcionados e sistemáticos contra instalações que fornecem munições, equipamentos militares e combustíveis ao exército de ocupação russo continuarão até que a agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia termine completamente”, afirmou o Exército ucraniano.
Autoridades ucranianas relataram que fábricas em pelo menos três cidades russas foram danificadas. Um ataque próximo a Kazan causou um grande incêndio em uma central de gás. O ataque contou com a participação de unidades das Forças de Operações Especiais, do Serviço de Segurança da Ucrânia, e da Força Aérea.
Simultaneamente, a Rússia lançou um ataque aéreo contra várias cidades ucranianas. A Força Aérea da Ucrânia afirmou que derrubou 58 drones em 11 regiões. Em Saratov e Engels, duas instalações industriais foram danificadas, segundo o governador local.
Na semana passada, a Ucrânia já havia atacado a mesma região, atingindo um depósito de petróleo que abastecia uma base aérea de bombardeiros nucleares russos. O incêndio resultante levou cinco dias para ser controlado.
Restrições de voo foram impostas em aeroportos russos de Kazan, Saratov, Penza, Ulyanovsk e Nizhnekamsk. O Kremlin prometeu retaliação, possivelmente com mais lançamentos do míssil hipersônico “Oreshnik”. O presidente Vladimir Putin declarou em novembro que o conflito estava escalando para uma guerra global.
Donald Trump, presidente eleito dos EUA, pressionou por um cessar-fogo imediato, levantando dúvidas sobre o apoio contínuo de Washington à Ucrânia.
