A maioria das agências de espionagem dos EUA reafirmou ser “muito improvável” que um inimigo estrangeiro seja responsável pelos sintomas da Síndrome de Havana, relatados por centenas de funcionários e familiares americanos. Um relatório de inteligência divulgado na sexta-feira (10) revelou essa avaliação.
No entanto, uma agência acredita que há uma “chance quase igual” de que um ator estrangeiro tenha utilizado uma nova arma contra um pequeno grupo dos afetados, que relataram sintomas como fortes dores de cabeça, náuseas e tonturas.
Um funcionário do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA (ODNI), sob anonimato, se recusou a identificar as agências envolvidas.
A Casa Branca informou que o novo governo do presidente eleito Donald Trump será atualizado sobre as pesquisas em andamento, incluindo a possibilidade de que um pequeno número de funcionários tenha sido atingido por energia eletromagnética ou acústica pulsada.
Mark Zaid, advogado de mais de duas dezenas de afetados, criticou o relatório, alegando que ele “vergonhosamente continua a esconder a verdade” de que um inimigo estrangeiro é responsável. Zaid planeja entrar com uma ação judicial para divulgar toda a avaliação.
Os primeiros casos surgiram em 2016 na embaixada dos EUA em Havana, levantando suspeitas de envolvimento estrangeiro, embora Cuba negue qualquer participação.
Em março de 2023, uma investigação concluiu que era muito improvável que adversários estrangeiros estivessem por trás das doenças, que afetaram cerca de 1.500 diplomatas e familiares. As causas prováveis incluíram condições preexistentes, doenças convencionais e fatores ambientais.
Das sete agências envolvidas na avaliação mais recente, cinco ainda consideram “muito improvável” o envolvimento estrangeiro nos chamados Incidentes Anômalos de Saúde (IAHs). Relatórios de inteligência desde 2023 reforçam essa avaliação.
Por outro lado, duas agências mudaram de opinião. Uma delas agora vê uma “chance quase igual” de que um agente estrangeiro tenha usado uma nova arma ou protótipo, enquanto a outra considera que, embora tal arma possa ter sido desenvolvida, é improvável que tenha sido utilizada.
Ambas as agências têm “pouca confiança” em suas conclusões, baseadas em relatórios sobre progressos em armas de energia direcionada por atores estrangeiros.
A autoridade destacou que nenhuma agência questiona o sofrimento genuíno dos afetados. “Esses funcionários e dependentes experimentaram sintomas físicos genuínos, às vezes dolorosos e traumáticos.”
A nova avaliação surge após um relatório do comitê de inteligência do Senado dos Estados Unidos criticar a resposta da CIA aos IAHs.