Líder opositora de Maduro é presa após manifestação em Caracas

Após cinco meses longe dos holofotes, a opositora fez sua primeira aparição pública, discursando para manifestantes.


A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi detida nesta quinta-feira (9) enquanto deixava uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas. A imprensa local divulgou a prisão, mas a localização de María Corina permanece desconhecida, segundo seus assessores.

“María Corina foi interceptada violentamente ao sair da concentração em Chacao”, afirmou o Comando ConVzla, partido de oposição, em uma rede social. De acordo com a publicação, membros do regime Maduro atacaram as motos que transportavam a opositora.

A prisão ocorreu logo após a primeira aparição pública de María Corina em cinco meses. Ela discursou para manifestantes em Chacao, nos arredores da capital venezuelana.

Os protestos desta quinta-feira, organizados pela oposição, visam pressionar Nicolás Maduro às vésperas de sua posse presidencial. Os manifestantes estão espalhados por todo o país.

María Corina Machado, que já foi acusada de vários crimes pelo Ministério Público da Venezuela, declarou em agosto, em um artigo no “The Wall Street Journal”, que estava escondida por temer por sua vida.

A opositora foi impedida de concorrer às eleições de 2024, mas participou ativamente da campanha de Edmundo González. Tanto a oposição quanto os chavistas reivindicam vitória nas eleições de 28 de julho.

A autoridade eleitoral e o tribunal superior, ambos sob controle de aliados de Maduro, afirmam que ele venceu o pleito, mas não divulgaram os resultados detalhados. A oposição, no entanto, sustenta que González, de 75 anos, foi o verdadeiro vencedor, divulgando as contagens de votos como prova.

González, que está na República Dominicana, prometeu retornar a Caracas para a posse no dia 10. Ele se exilou na Espanha em setembro, mas afirmou que enfrentará a ameaça de prisão caso retorne ao país. O governo Maduro acusa a oposição de conspirações fascistas e anunciou que prenderá González se ele voltar.