Nas últimas semanas, vários grandes bancos dos Estados Unidos deixaram a Net-Zero Banking Alliance (NZBA), uma das principais coalizões climáticas do setor bancário global. O Goldman Sachs foi o primeiro a anunciar sua saída em 6 de dezembro, seguido por Wells Fargo, Citi, Bank of America e Morgan Stanley. A decisão gerou críticas de ativistas, que temem um retrocesso na luta contra a mudança climática, especialmente no que diz respeito ao financiamento de combustíveis fósseis.
O êxodo desses bancos significa que, atualmente, a NZBA conta com apenas o JPMorgan entre os seis maiores bancos dos EUA. A saída reflete a pressão política de republicanos, que acusam a participação no grupo de violar regras antitruste, especialmente quando reduzida a concessão de crédito a empresas de combustíveis fósseis.
Patrick McCully, analista da Reclaim Finance, afirmou que o movimento pode enfraquecer as metas climáticas dos bancos. “A principal preocupação é o enfraquecimento de suas políticas de redução de emissões”, disse ele, embora não espere mudanças públicas imediatas.
Jeanne Martin, do grupo ShareAction, disse que as saídas enviam um sinal negativo ao mercado, especialmente considerando que esses bancos são grandes financiadores de combustíveis fósseis.
Apesar das críticas, os bancos que saíram mantêm que continuam comprometidos com a transição para uma economia de baixo carbono. Contudo, uma análise do think tank ‘Anthropocene Fixed Income Institute’ revelou que esses bancos lucraram mais com combustíveis fósseis do que com energia renovável.
A NZBA ainda possui 142 membros de 44 países, com US$ 64 trilhões em ativos, sendo a maioria composta por bancos europeus como HSBC, Barclays e BNP Paribas.