O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou os americanos para não esquecerem o ataque ao Capitólio há quatro anos, acusando Donald J. Trump e seus apoiadores de tentarem “reescrever — até mesmo apagar — a história daquele dia”. Desde a eleição, Biden tem focado em uma transição de poder suave, algo que Trump se recusou a entregar ao deixar o cargo. Na véspera do aniversário do ataque de 6 de janeiro, Biden abordou diretamente a questão.
“Para nos dizer que não vimos o que todos nós vimos com nossos próprios olhos”, escreveu Biden no The Washington Post. “Para descartar preocupações como uma obsessão partidária. Para explicar como um protesto que saiu do controle. Não foi isso que aconteceu.”
Em uma recepção no domingo (5) para membros do Congresso, Biden afirmou que a democracia foi “literalmente posta à prova” e destacou o desafio de protegê-la. Em 2022, um ano após o ataque, ele condenou a multidão que tentou impedir a certificação de sua vitória, denunciando as ações de Trump.
“Neste momento, devemos decidir: que tipo de nação seremos?” disse Biden. Contudo, em novembro, três anos após esse discurso, Trump foi reeleito, e seu retorno ao cargo foi confirmado pelo Congresso dos EUA nesta segunda-feira (6). Agora, nos últimos dias de seu mandato, Biden enfrenta a realidade de que muitos eleitores não atenderam seus alertas sobre a ameaça à democracia.
Após a eleição, Biden parabenizou Trump e adotou um tom mais otimista. “O experimento americano perdura, e vamos ficar bem”, declarou. Na semana seguinte, Biden se reuniu com Trump no Salão Oval. Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, ressaltou que Biden instruiu sua equipe a garantir uma transição suave, diferente da postura de Trump quatro anos antes.
A certificação da votação ocorreu nesta segunda-feira, com a vice-presidente Kamala Harris supervisionando o processo, enquanto Biden estava em Nova Orleans consolando vítimas de um ataque terrorista.